“Melodrama” carrega todo o sentimentalismo e vulnerabilidade de Lorde
Sendo este apenas o segundo álbum da neozelandesa Ella Marija
Lani Yelich-O'Connor – ou apenas Lorde, que possuía 20 anos na época de
lançamento, “Melodrama” simboliza a transição da jovem de sua adolescência para
a vida adulta.
O disco é uma coleção de sensações mais sérias e significativas
vivenciadas pela cantora durante os quatro anos de produção – experiências essas
como: ter seu coração partido pela primeira vez, mudar-se da casa de seus pais
para a cidade grande e o processo de adaptação de uma nova vida agora como uma
sensação da música.
Segundo a própria Lorde, ao pensar no nome do álbum, ela construiu
paralelos às tragédias gregas e usou seu amor pelo teatro como uma forma de
inspiração. A capa de “Melodrama” é uma pintura do artista estadunidense Sam
McKinniss, que conseguiu captar o que a cantora descreveu como um “tipo de
inquietação colorida adolescente e animação e energia e potencial".
O azul composto em volta da figura da cantora simboliza toda
a solidão, frieza e melancolia apresentada nas composições. Já a os tons quentes
de vermelho e amarelo representam a energia e esperança cobiçada pela jovem em
sua nova fase de vida.
Sem seu batom escuro e roupas no estilo mais “dark”, marcas registradas
de sua última era “Pure Heroine”, Lorde escolheu a faixa “Green Light” como o
primeiro single de “Melodrama”. Com um visual clean e dançante, o vídeo
acompanha a jovem por boates e ruas de uma grande cidade. “Eu sabia que
queria que fosse à noite, como minha vida real – Estou usando o tênis que visto
toda noite que estou festejando algo” conta a neozelandesa em entrevista. No
clipe, a cor azul se faz bastante presente nas cenas de festa, enquanto o
vermelho acompanha Lorde enquanto canta o refrão cativante em cima de um carro.
Já em “Perfect Places”, os cenários inusitados e, de certa
forma, paradisíacos, mesmo não sendo os de uma festa como ela retrata ao longo
de todo o álbum, também podem ser enxergados como instrumentos de escape para
toda sua confusão sentimental.
No final da música, Lorde questiona: “All the nights spent
off our faces (Todas as noites gastas enchendo a cara) / Trying to find these
perfect places (Tentando encontrar esses lugares perfeitos)/ What the f*** are
perfect places anyway? (Mas que p**** são lugares perfeitos, afinal?)” e
entende que, na verdade, não há lugares perfeitos – muito menos, vidas
perfeitas e que sua euforia, inquietação e busca pelo autoconhecimento representa
simplesmente a iniciação da vida adulta em sua mais pura e complexa essência.
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