Opinião sobre "SOUR", Olivia Rodrigo

 SOUR: Álbum de Olivia Rodrigo explora experiências pessoais em detalhes 

    “SOUR” rendeu a Olivia Rodrigo o título de grande revelação do pop americano. Contando com 36 milhões de streams apenas no dia de estreia, o álbum ainda é alvo de críticas positivas.

    O conteúdo musical da obra certamente favorece esse resultado. A cantora escreve sobre sentimentos comuns da adolescência e juventude, como solidão, baixa autoestima e relacionamentos, o que a aproximou desse público.

    Olivia não esconde suas referências, desde o início da divulgação do álbum ela aclamou Lorde, Taylor Swift e Alanis Morissette. Assim sendo, fica fácil encontrar similaridades entre as artistas. Além disso, tendo sido produzido quase integralmente apenas por ela e o produtor Dan Nigro, a obra transita entre pop rock dos anos 2000 e baladas acústicas.

    Um ponto a ser exaltado é a sinceridade amarga imposta nas letras, trazendo um ar passivo agressivo. Em várias das faixas essa agressividade fica evidente quando Olivia se une à agressividade das guitarras e da bateria. Um exemplo disso é a música “traitor”, que expõe as complexidades de uma traição, “brutal”, onde fala sobre as dificuldades da adolescência ou em “good 4 u” que revela a sua raiva sobre o fim de um relacionamento.

Confira o clipe de "brutal" (Foto: Reprodução/Youtube)

    Apesar da sonoridade afrontosa se destacar, a cantora pop manifesta seus desconfortos e dores também em músicas com um ritmo mais calmo, como em “favorite crime” e “enough for you” onde a cantora revela angústia de amores passados ou em “1 step forward, 3 steps back”, onde ela confessa a necessidade de aprovação do seu ex namorado, o que gera inúmeras inseguranças nela.

Performance da canção "favorite crime" (Foto: Reprodução/Youtube)

    Além disso, o álbum também conta com faixas que funcionam fazendo o básico: letras simples e bons refrões, como “deja vu” e “jealousy, jealousy”, “happier” e “hope ur ok”.

    E claro, um destaque deve ser feito a música “drivers license” – uma das mais tocadas no spotify –, onde a cantora mistura várias emoções, transitando entre paz e angústia, e por essa razão, é a minha favorita.

Tanto a revista Rolling Stone quanto o jornal The Guardian publicaram resenhas sobre o álbum. Veja abaixo:

Rolling Stone

“Assim como ‘deja vu’ e ‘good 4 u" provaram que Rodrigo seria muito mais do que um fenômeno de um único hit viral sobre como passar por um coração partido, ‘SOUR’ confirma que este é apenas o começo de sua história, onde ela habilmente passeia pela onda de turbulência adolescente e caos emocional por qualquer caminho que ela escolher.”

The Guardian

    “Uma coleção de de pop polido e precocemente realizado que se transforma em um dos álbuns de separação mais gratificantes e indignos de todos os tempos.”

    “SOUR” é um álbum que esmiúça as dores mais íntimas de uma jovem sensível com experiências marcantes vivendo na era digital. Muitas das histórias narradas nas músicas poderiam facilmente ser extraídas de uma conversa entre amigas ou numa sessão de terapia. É uma obra densa, sincera e muito emotiva.

Nota: 9/10


Texto feito por Melissa Bello.

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